sábado, 6 de novembro de 2010

A arte Romana

 Roma tornou-se o centro das atividades culturais na àrea mediterrânea a partir da Terceira Guerra Púnica (146 a.C ) e assim permaneceu até o século IV d.C. Ao mesmo tempo que chegavam a Roma idéias estrangeiras, através de seus exércitos e suas relações comerciais, as influências nativas, ompreendendo o período republicano e o apogeu de seua vasto império, propagaram-se por toda a Europa até os confins do mundo conhecido. Apesar do uso e da adoção de certos elementos gregos a arte romana cria novos fatores artísticos, muito mais progressvos  que os da arte grega, de cunho muito mais agressivos que os da arte grega, de cunho conservador.

Arquitetura

Tornou-se viavel a construção de grandes edificios, em vista da evolução de outros métodos  de engenharia ( o uso do arco pleno, da abóbada e do domo) e novos materiais, como o concreto. Das civilizações antigas a romana foi a única a desenvlver arquitetura civil monumental, incentivando projetos de engenharia em larga escala, como estradas pavimentadas, pontes, aquedutos, túneis cloacas e canalizações.
Nas construções civis aparecem Arcos-de-triunfo, colunas comemorativas, termas (as de Caracala, basílicas, anfiteatros (o Colliseu), mercados, foros, circos, estádios, palácios ( o do imperador Diocleciano em Espolatro, na Dalmácia), as casas e lojas de Pompéia e altos edifícios de moradia ( como os de Óstia) ainda hoje existem.
 Para os romanos os templos eram, relativamente, sem impotância; exclua-se o Panteon, edificio abobadado com cúpula e alguns poucos templos circulares como o de Vasta em Tivoli. Esses templos tiveram influências do período helenistico, na Grecia. Os templos longitudinais eram também de origem grega, porém modificados de forma a tender a certas tradições arquitetônicas etrusca, tais como o emprego do pódio. Também eram usados esquemas estruturais romanos, assim como dada preferência às ordens gregas em suas formas puramente decorativas (combinando-se a voluta jônica com as folhas de acanto do capitel coríntio, para a formação da ordem compósita) e estrita frontalidade de desenho, em vista da localização urbana dos templos.

Escultura

Em razão da preferência dos patrnos da arte para colecionar e importar originais gregos e o aproveitamento de seus artistas na decoração das casas e edifícios públicos romanos, muitas esculturas tinham o cunho da maneira helenística, ornamentada, como se nota no Touro Farnese e no grupo do Laocoonte. Contudo, nem todas as obras dos esculturos romanos devem ser consideradas cópiassevis das gregas. Definidas características romanas são patentes na evolução da tradição retratista, da qual foram mestres, e na apresentação narrativa e intencionalmente histórica e comemorativa dos baixos-relevos decorativos do Arco de Tito, relatando a campanha na Judéia. As colunas Trajana e Antonima de Marco Aurélio, em suas bandas espiraladas em baixo-relevo, contam os heróicos feitos dos chefes militares romanos nas campanhas do Norte. Essa tradição narativa prosseguiu e influienciou o desenvolvimento da iconografia cristã dos estilos medievais. A tendência ao realismo dos retratos romanos pode derivar de uma tradição antiga, o Ius Imaginum, que vedava a representação dos homens da classe plebéia; assim sendo, era essencial uma parença indiscutível com os patrícios.

Pintura

 As artes pictóricas refletem, mais que qualquer outra, a atitude peculiar dos romanos em face da arte e seu gosto para o classíco. Como as demais artes dos últimos tempos helenísticos, a pintura romana era altamente eclética pouco bustava inspiração dos gregos, egípcios e etruscos.  Mas os romanos desenvolveram o sentido atmosférico do espaço no tratamento do estilo ilusionista, muito empregado nas pinturas murais de Pompéia em contraste com o fundo bidimencional e desinteressante dos helenos. A escolha de temas civis também é tìpicamente romana. A tradição do realismo nos retratos esculturais dos sarcófagos das múmias do Faium é evidente. O afrêsco das Bodas Aldobrandinas e certas iluminuras, como a do Virgílio do Vaticano, observam as mesmas convenções espaciais sas pimturas murais.
   


Referencia bibliográfica


STRICKLAND, Carol. Arte Comentada: da pré-história ao pós-modernismo. 1. ed. Tradução Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

ANNE, Jean. História da Arte: A pintora, a escultura e a arquitetura no mundo ocidental. 1. ed. Tradução Regina Monteiro Real. Rio de janeiro: Letras e artes, 1968.

BATTISTONI, Duílio. Pequena História da Arte. 1. ed. Campinas: Papirus, 1984.





O primor da arte grega

  A cultura grega foi o ponto de partida para boa parte da cultura do mundo ocidental atual. As atribuições deixadas por eles estão presentes na arte, nas escolas de todos os níveis e até mesmo nas palavras, que usamos.
 Os historiadores costumam dividir a história grega em três períodos: o arcaico, que abrange os séculos XII a VII a.C., o clássico, os séculos VI e IV a.C. e o helênico, que vai desde a morte de Alexandre (323 a.C. até a instituição do Império Romano, 30 a.C.).
Arquitetura

  No período clássico, encontramos os três estilos de arquitetura grega: o dórico, o jônico e o corintio. São facilmente reconhecíveis pelo capitel e proporções da coluna.
 A Coluna dórica é mais antiga, bastante usada pelos arcaicos: Tem um capitel muito simples, verdadeira peça quadrangular sobre suporte circular e convexo, posta entre o fuste da coluna e a estrutura do teto.
  A coluna jônica distingui-se por duas graciosas volutas no capitel e a base que se compõe de dois toros, anéis de perfil convexo, separados por um elemento de perfil côncavo, denominado escóia. É mais elegante que a dórica, pois sua altura tem geralmente oito vezes o diâmetro da base e o fuste apresenta caneluras mais estreitas e profundas do que as dóricas. No capitel jônico, além das volutas, existem diversos pequenos elementos decorativos.
 A coluna coríntia tem no capitel folhas de acanto caprichosamente estilizada. Nos demais elementos, conserva as linhas gerais da jônica, adquirindo, porém, mais acentuado decorativo, que dá maior suntuosidade e luxo. Foi a coluna preferida na última fase de evolução da arte grega, a helenística, notabilizada justamente pelo monumentalismo e suntuosidade.
 A arquitetura grega é estática, isto é, baseada no princípio construtivo de peso e sustentação e dominada pelo horizontalismo. O maior exemplo da arquitetura grega é o templo. Este possuía uma planta retangular muito simples. Compunha-se de pronaos, espécie de vestíbulo ou entrada; da naos, a nave central e principal do recinto; da cela, situada na naos, onde se erguia a estátua da divindade; nos fundos, separado da naos por uma parede, o epistódomos, depósito para a guarda de ex-votos, relíquias e tesouros.
 Os templos são classificados pelo estilos das colunas. Assim, o templo dórico apresenta na parte superior de sua fachada, uma forma triangular, chamada frontão, resultante da inclinação do telhado, para melhor caimento das águas. Uma espécie de moldura que corre pelo frontão, denomina-se cornija, enquanto que a superfície interna do frontão, geralmente decorada de baixos-relevos, chama-se tímpano.
 O momento típico da arquitetura clássica grega é o Partenon, construído durante o governo de Péricles, na Acrópole, colina rochosa situada no centro de Atenas. Este templo dórico majestoso foi levantado para se comemorar a vitória dos gregos sobre os persas.
 O projeto arquitetônico coube a Ictinus e Callicrates, dois arquitetos jônicos da Ásia Menos, enquanto as decorações escultóricas foram em parte executadas por Fídias.
 Outros monumentos, igualmente representativos da arquitetura clássica, foram construídos no alto da Acrópole. São os Propileus, o templo de Atenea Niké e o Erecteion.
 A arquitetura, no período helênico, adquire caráter de suntuosidade e monumentalidade, inexistente no classicismo. Surgem escadarias, altares e pórticos majestosos.
 O altar de Zeus, famoso pelo seu friso esculturado é um grande monumento helenístico, ele se encontra hoje no Museu de Berlim. Outro monumento importante hoje desaparecido foi o Mouseion, de Alexandria, casa de saber ou universidade.

Escultura e Pintura

No período arcaico, podemos considerar como origens da plástica grega, os pequenos bronzes geométricos e as primeiras estatuetas de marfim e terracota denominadas “dedálicas” do século VIII a.C.
 Segundo Homero, o primeiro escultor, o inventor da estatuária foi Dédalo. Diz a tradução que ele foi o construtor em Cnossos de um local de dança e artífice do famoso labirinto para Minos de Creta.
 As primeiras estátuas, nesta fase, são de divindades ainda esquematizadas chamadas Xoanas, feiras de madeira e recobertas de metal. Surgem, pouco depois, as estátuas de Kouros, atletas nuas, e das Kores, jovens vestidas, ambas dotadas de maior realismo e verdade anatômica, com as quais, na realidade, se inaugura a estatuária grega. Estas estátuas, apesar da inexpressividade da face, apresentam um sorriso característico, leve franzir de lábios, que se convencionou chamar sorriso arcaico. Os tipos masculinos eram retratos idealizados de efebos vencedores das competições esportivas que possuíam caráter religioso. Desses Kouros e Kores sairá a estátua clássica.
 No período clássico, notadamente em Atenas, as obras apresentam um equilíbrio, organização e sensibilidade pelos problemas estruturais e delicadeza da modelação. Os Kouros têm olhos suaves, serenidade, conciliando o belo e o verdadeiro. O maior representante desta fase é Fídias, criador de tipos de beleza humana ideal, calma, quase abstrata. Entre as suas obras principais estão: as decorações do Partenon, a estátua de Zeus em Olímpia e uma cabeça de Artemisa.
 Policleto é o segundo escultor do classicismo. Ele estabeleceu a transição entre o arcaísmo rígido e o realismo do classicismo. Seu trabalho mais importante é o Doríforo, atleta que porta um lança.
 Miron é o terceiro grande escultor do século V. Sua obra principal, o Discóbulo, ou lançador de disco, rompe de modo absoluto e audacioso com a rigidez e frontalismo da escultura arcaica e introduz de forma revolucionária o movimento.
 No helenismo, a escultura adquire caráter realista, sobretudo nos retratos, e vivo sentimento dramático. Aparecem nas esculturas temas até então restritos à pintura como: nuvens, água, animais, paisagens. Também há sensualismo e erotismo. São comuns as representações de ninfas, nereidas, assim como de velhos, copos deformados e sobretudo crianças, além de tipos populares e éticos, reflexos de cosmopolitismo das grandes, ricas e movimentadas capitais helenísticas. Nos grupos escultóricos predomina a movimentação das formas em composição complicadas e teatrais, com pronunciado gosto da alegoria, que tende ao cenográfico e dramático.
 A escultura helenística pode ser representada por três obras: a Vitória de Samotrácia, o grupo do Laocoonte e a Vênus de Milo.
 As primeiras manifestações da pintura grega estão contidas nos vasos de cerâmica, como uma forte decoração linear ou de figuras geometrizadas. Não restaram obras originais da pintura grega nos períodos arcaico e clássico. Para estudá-la, então, é preciso buscar fontes indiretas, entre as quais estão, em primeiro lugar, as decorações dos vasos. A segunda fonte de informações  indiretos está nos afrescos e mosaicos romanos.
 O fato de maior importância, no entanto, entre a fase arcaica e o século V, no classicismo, é o progressivo desaparecimento da pintura mural. Aos poucos vai surgir a pintura de cavalete, que começa gradativamente a ser comercializada.  Os pintores abandonam os símbolos e temas mitológicos e passam a se preocupar com as alegorias literárias e de sentimento mais aristocrático. Também realizam certas conquistas ba representação ou imitação de regras da perspectiva e de volume, através do claro-escuro. Os maiores pintores do classicismo foram Zeuxis, cuja habilidade nas sombras do colorido fizeram dele o mais famoso entre os atenienses; e Apeles, entre as suas obras mais famosas destacam-se: Afrodite e Calúnia.    
 A pintura helenística é voltada para a natureza e a realidade ambiental. Dentre os pintores, destaca-se Timônacos de Bizâncio.

O legado cultural de Micenas

  A arte micênica, como a minoana, tinha peculiaridades inerentes à cultura mediterrânea, mais com características rudes e bárbaras, ao contrário da graciosa e alegre arte minoana. Floresceu relativamente em pequeno espaço de tempo (1400 a 1200 a.C), no final da supremacia cultual minoana e, como esta, aparentemente sem caracteres religiosos mas com elementos tirados do Oriente Próximo. Os seus artífices imitaram a técnica e a perícia dos minoanos no tratamento do metal e do barro, mais evidenciaram originalidade no campo arquitetônico. Desenvolveram o tipo de edifício monumental com abóbada, baseado em disposições diversas; pensaram nos meios defensivos e preocuparam-se com a eficácia de bons materiais.
  Apesar da tradicional lenda de que havia antigo e estreito intercâmbio entre o continente grego e a talassocracia ou reinado dos mares que então dominava o Mediterrâneo, a arquitetura de Micenas difere bastante da de Creta. Tirunto e Micenas, centros da confederação egeana e moradia de Agamenon, não eram cidades, mas fortes em montanhas. A necessidade de proteção e o uso da pedra levaram ao seu sistema de construção em abóbada com lajes superpostas, não baseada no arco de chave, mas no travejamento de sustentação lateral de um dos membros horizontais. Construíram com grandes blocos poligonais, cujas juntas eram preenchidas com argamassa de barro e pequenas pedras. Apresentavam tal grandeza que os gregos, ao verem, mais tarde, essas construções, julgaram que os construtores micênicos fossem os Ciclopes – raça de gigantes -, capazes de transportar tanto peso. Na arte micênica , como na minoana, há ausência de templos, mas foram extraordinários na importância dada aos túmulos de seus reis guerreiros. 
 As cidades de Micenas e Tirinto eram residências reais e sedes administrativas. As vastas fortificações de espessas muralhas com algumas passagens abobadadas findavam e eram guardadas em Micenas pela grande Porta das leoas. A de Tirinto está melhor preservada. Solidamente fortificada, com apenas uma entrada, foi toda feita em planos horizontais, com acesso por meio de longas rampas inclinadas.
  Havia dos tipos de túmulo: um em forma de poço, possivelmente o primitivo, e mais tarde outros escavados nos morros em declive e reforçados Poe abóbada de pedra. Esta segunda forma assemelhava-se à colméia (tholos, plural tholoi), quando em corte seccionado, independente da circunstância de a maior parte da construção ser subterrânea. O Tesouro de Atreu em Micenas é o melhor exemplo de tholos.
 Na escultura arquitetural o único autêntico exemplo monumental é a Porta das Leoas em Miceanas, mas inteiramente alheia ao estilo das pequenas esculturas, do mesmo tema, na arte minoana.
 A técnica do afresco era adotada nas decorações micênicas, como se pode ver na pintura, em Tirinto, da mulher carregando um escrínio de oferendas. Como na minoana, aqui prevalece o mesmo estilo de decoração naturalista, colorida e decorativa. 
  O requinte de uma corte guerreira bárbara é revelado na grande quantidade de objetos em ouro, prata, cobre e bronze, descobertos pelos modernos arqueólogos. Há muitas armas, como o punhal de bronze com incrustações de marfim, mostrando a movimentada caçada ao leão, gradualmente diminuindo para a ponta da arma; máscaras para heróis mortos moldadas a ouro com desenhos em espiga nas sobrancelhas; delicados serviços de mesa em ouro, inspirados na Taça Váfio minoana (encontrada na Lacônia, Grécia, mas de evidente manufatura minoana); jóias, geralmente com decorações geométricas e cenas de caçada e de guerra.

O legado cultural da civilização Minoana

  Libertada de restrições hieráticas que eram impostas pela classe dominante dos sacerdotes nas demais culturas orientais contemporâneas, a arte minoana apresenta, de preferência, temas da vida civil. A ausência de templos, túmulos e o sombrio presságio do culto à morte lhe conferem, de maneira geral, certo saber alegre e artificial. A deusa-serpente criselefantina (de marfim e ouro), simbolizando a fertilidade ou a mãe-terra, tem posses semelhantes às dos domadores de serpente em exibições nos circos. Apesar de a sobrevivência dos mitos sugerir uma profunda disposição para sacrifícios de sangue e terror, não há evidência dessa peculiaridade minoana nas artes visuais.
  Surge, na arte dessa região, marcada preferência para temas decorativos com motivos marinhos e florais, peculiares a Creta, como se vê no Vaso deo Polvo. Outro exemplo naturalista está presente no tratamento da paisagem no Mural do Grifo, que decora a sala do trono em Cnossos.
 A identificação dos povoados da ilha de Creta é tão imprecisa como a razão de seu brusco e misterioso desaparecimento pouco antes de 1200 a.C. O mito da bela Europa, mãe de Minos, o tradicional fundador da ilha, levada da Grécia para Creta nas costas de um touro (mistificação de Zeus), indica uma possível origem européia.
A arte minoana demonstra marcada influência da sociedade da classe média, com nenhuma predominância da nobreza ou classe sacerdotal. O individualismo e a liberdade do estilo indicam preferência por temas sociais sem qualquer limitação ou restrição por parte de tradições hieráticas. Os soberanos de Cnossos devem ter tido certo supremacia feudal sobre os demais senhores marítimos de Creta, os quais, possivelmente, não passavam de prósperos mercadores. 
O brusco desaparecimento desta civilização faz supor a ocorrência de grande catástrofe, ou talvez pilhagem de tribos invasoras enquanto dormiam os confiantes minoanos, seguros de sua supremacia marítima.
 A arquitetura minoana empregava uma grande variedade de material, a arquitetura minoana é bastante flexível nas suas formas. O principio de construção era baseado no sistema de travejamento.
O tempo era inexistente, apesar de as salas à volta do pátio central do palácio de Cnossos conterem o símbolo do labrys (machado de duas cabeças), de possível significado religioso, e a sala do trono ter reservatório para banhos lustrais. 
  A arte minoana não adota a escala monumental nem apresenta grandiosidades simbólicas por não se destinar ao culto de deuses, nem testemunhar idéias de uso doméstico atendiam a outras razões artísticas. A vivacidade e a frescura da pintura em paredes eram também reproduzidas na decoração de vasos e na escultura dos confeccionados em pedra.
 A decoração mural não se associava a escultura como no Egito. Sua fatura era a mesma técnica do afresco, isso é, pintura direta sobre reboco fresco, um exemplo é o afresco dos Domadores de Touros do palácio de Cnossos. 
   Não havendo templos para decorar, a escultura arquitetural e as estátuas monumentais passavam a ser dispensáveis. Os materiais com os quais se fizeram estatuetas – bronze, marfim, ouro, cobre, prata, terracota e as criselefantinas – reclamavam mestria apropriada a trabalhos do gênero.
  A cerâmica de Cretra era executada com requinte, pois a argila tanto servia para fabrico da fina loca como para os recipientes rústicos e fortes dos gigantescos vasos de estocagem – os pitos – do palácio de Cnossos. Grande variedade de decoração era regra, nos trabalhos de argila: usavam o vitrificado tanto fosco como brilhante, o acabamento mate, as superfícies decoradas com incisos, desenhos pretos sobre o branco ou branco sobre preto, formas naturalistas, símbolos convencionais e traçados geométricos ou curvos.

Creta

 Creta, a maior das ilhas teve a primazia da cultura mais remota e dominante. A designação- minoana – vem do fundador lendário Minos. Pela sua localização privilegiada, no meio do Mediterrâneo, no extremo ocidental do mundo civilizado, e também por causa da época de seu poderio universal, 2500 a.C, Creta tornou-se o processo catalisador da civilização egípcia e mesopotâmia para a área do mar Egeu, chegando mesmo até a Espanha e atingindo grande raio de ação tanto para o Oriente como para o ocidente. A micênica é uma variante da minoana, com características vinculadas a situações sociais, políticas, econômicas e materiais. O termo vem de Micenas, um dos maiores centros arqueológicos da península grega, provavelmente povoada por um grupo bárbaro vindo do Norte, os aqueus, citados na Ilíada de Homero (tradicional crônica dos tempos heróicos, da história da Grécia).

O legado cultural da Mesopotâmia

 A Mesopotâmia é considerada uma das civilizações mais antigas da história (4000 a.C até 642 d.C.). Seu legado cultural é impressionante, pois os povos que ali viveram inventaram a cidade-estado, a religião formal, a escrita, a matemática, as leis e muito da arquitetura. Essa região localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque.. Essa grande primeira cidade foi o berço da arte e da arquitetura antigas, bem como o local dos Jardins Suspensos e da Torre de Babel.
  A Torre de Babel, de noventa metros de altura era considerada para os babilônios a câmara em que seu deus dormia. O historiador grego Heródoto descreveu-a com um amontoado de oito torres empilhadas, com 120 leões em cerâmica vitrificada vivamente colorida conduzindo a portões de metal maciço. Uma escada em espiral externa levava ao topo da torre, onde um santuário interno continha um sofá e uma mesa de ouro ricamente adornados.  
  Os Jardins Suspensos, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, eram igualmente grandiosos. Constituíam em uma série de quatro terraços de tijolos erguendo-se sobre o rio Eufrates, com árvores e arbustos de flores luxuriantes se debruçando sobre a cidade. 
   Usando o tijolo seco como bloco básico da construção, os mesopotâmicos planejaram cidades complexas ao redor do templo. Esses amplos complexos arquitetônicos incluíam não só um santuário fechado, mas também oficinas, armazéns e zonas residenciais. Pela primeira vez a vida era regularizada, com divisão do trabalho e ações coletivas, como a defesa e os projetos de obras públicas.
  O palácio de Sargão II, ilustra bem esta civilização de arquitetos, pois ele cobria mais de cem quilômetros, situado num outeiro artificial de 15 metros de altura, o palácio ocupava cerca de 1.600 metros quadrados da cidade. O zigurate, torre em forma de pirâmide, era o ponto mais alto de toda cidade, um grande templo de tijolos de sete andares de seis metros de altura cada um, e cada um pintado de uma cor diferente.
  A mesopotâmia foi o lugar de uma civilização especial, pois mesmo sendo um das primeiras a existir conseguiu deixar um legado muito grande para nós, principalmente na arquitetura. 

O legado cultural egípcio

  Por volta de 3.200 anos a.C, às margens do Nilo, surge a grande civilização Egípcia, marcada pelas suas grandes obras arquitetônicas, o poder dos faraós e suas pinturas. Uma sociedade que tinha obsessão pela imortalidade, queriam garantir uma vida após a morte confortável para seus soberanos, que eram considerados deuses. A colossal arquitetura e as obras-de-arte existiam para cercar o espírito do faraó de glória eterna. Os egípcios definiram o essencial para uma grande civilização: literatura, ciências médicas e alta matemática. Sem dúvida alguma o legado cultural egípcio nos impressiona.
 O legado arquitetônico Egípcio se define nos monumentos funerários e religiosos. Suas características principais são: dimensões grandiosas, simplicidade das formas, aspecto maciço e pesado, sistema construtivo estático de peso e sustentação, predominância das superfícies sobre os vazios e a policromia.
 Os monumentos funerários eram: mastabas, pirâmides e os hipogeus, eles tinham muita importância para eles, pois após a morte naquele local escolhido para a tal grandiosa construção moraria o espírito do faraó.  Mastabas eram túmulos de base retangular e forma trapezoidal, originalmente de tijolos e, mas tarde, de blocos de pedra. Compunha-se de capela, local do culto e das oferendas. As pirâmides representam os mais belos monumentos funerários da quarta dinastia, umas das maiores foram as dos faraós: Queops, Quefrem e Miquerinos, respectivamente com 148, 126 e 60 metros de altura.
 Os arquitetos egípcios criaram também quatro tipos de colunas: a protodórica, a lotiforme, a campaniforme e a hatórica.
 Os Egípcios foram grandes arquitetos, pois a construção das pirâmides exigia complexa ciência de mecânica e arquitetura.
    Na antiguidade oriental, os egípcios foram os maiores estatuários, primando na técnica, no domínio do material e no poder expressivo. Mostram-se excelentes com os materiais mais resistentes com: o granito, o basalto, a diorita, como os mais brandos, os calcários macios e a madeira. Não se devem esquecer o vidro e a moldagem em barro, sobretudo figurinhas de cerâmica, cheias de realismo, abundantes entre os utensílios e objetos funerários.
  Os egípcios foram excelentes no baixo-relevo, como demonstra O Escriba Sentado, e no desenho de incisão com que cobriam as superfícies das paredes e colunas dos templos. O primeiro tinha a finalidade de oferecer ao morto uma imagem, um substituto de todas as ações que lhe eram usuais: caça, pesca, trabalho, festas e cenas do cotidiano.
  As estátuas de enormes dimensões são comuns. Os colossos de Ramsés II, em Abu Simbel, impressionam pelo tamanho. Manifestam a impassibilidade, a serenidade, que é a marca de uma alma superior, o hieratismo, que indica a condição sagrada e todos os gestos estereotipados.
  Na época de Aknaton, faraó de 18a dinastia, a escultura adquiriu acentuado caráter naturalista. Este faraó empreendeu uma profunda reforma social e religiosa que teve reflexos nas artes, contrariando convenções religiosas milenarmente estabelecidas. A escultura passa a ter vida e liberdade. 
  Os pintores egípcios utilizavam a técnica do afresco. Obedeciam a Lei da Frontalidade, onde as figuras se apresentavam distorcidas. No rosto de perfil, o olho está de frente. O tórax é visto de frente, enquanto as pernas e os pés estão de perfil. A imagem dos deuses, dos reis e governantes, dos poderosos em suma, exigia o máximo de reverência da pessoa que a contempla.
  Os egípcios não usavam a perspectiva cientifica, eles não representavam o espaço apenas sugeriam. Eles usavam um processo também adotado por outros povos antigos: superpunham as figuras ou cenas em faixa horizontais. Na pintura há a ausência do claro-escuro, ou seja, as gradações entre luz e sombra para ilusão de volume.
No Antigo Império, os pintores eram simples na composição, sintéticos no desenho e sóbrios; no colorido. Usavam tonalidades particularmente sombrias e graves. Comunicam-nos sentimentos de estabilidade. Nesta época, surgem relevos pintados.
  No médio Império e, principalmente, no Novo Império, insinuam-se intenções decorativas e de elegância ornamental, que atingem finalmente certo preciosismo luxuoso. Os artistas passam a usar a técnica do pontilhismo, como bem exemplifica o sarcófago de Necket, ora em Boston. A parecem papiros e em estelas. Gradativamente, a pintura se emancipa do relevo, cercando-se de valores próprios. Já existe uma preocupação com a forma e interpretação pessoal.
  Os artesãos egípcios foram muito criativos no que se tange às artes decorativas. Criaram, por exemplo, todos os tipos de móveis conhecidos, elegantes e confortáveis. Trabalhavam caprichosamente a madeira, com incrustações de marfim, metal ou pinturas laqueadas, como se observa nos utensílios e peças funerárias retiradas dos túmulos, hoje nos principais museus europeus.
  As jóias, braceletes, pulseiras, colares, peitorais e anéis feitos de materiais semipreciosos, pedras e ouro, distinguem-se pela delicadeza, gosto e originalidade. As máscaras de ouro com que recobriam a face das múmias reais mostram a técnica que atingiram.
  Inventaram o esmalte, segundo vários autores, o vidro, sem contar o azulejo. O busto do faraó Tatunkamon, descoberto por Carter, em 1922, notabiliza-se pela execução em vidro e pelos valores expressivos.
   Essa foi a grande civilização Egípcia, marcada pelo imenso poder sacerdotal, que chegava até mesmo a monopolizar a cultura e a arte, ambas a serviços da religião.

O silêncio do Egito

  Durante dois mil anos uma das principais civilizações da antiguidade permaneceu em silêncio, pois ninguém conseguia decifrar seus escritos. A egiptologia, ramo especial da arqueologia que tenta reconstruir a civilização egípcia a partir de um imenso celeiro de antiguidades, que só teve inicio em 1799, quando Napoleão, invadiu o Egito. Além de 38 mil soldados, o imperador levou 175 estudiosos, lingüistas, antiquários e artistas. Esses arqueólogos pioneiros carregaram para a França um enorme tesouro em obras-de-arte, dentre elas a Pedra de Roseta, uma laje de basalto com a mesma inscrição em três línguas, incluindo o grego e os hieróglifos.
  Durante 15 séculos, pesquisadores haviam estudado os hieróglifos sem nada compreenderem, mas, ao fim de 22 anos, o brilhante lingüista francês Jean-Farançois Champolion decifrou o código. Essa descoberta despertou grande interesse pelo Egito antigo.
  Entre os grandes nomes das descobertas faraônicas então: O alemão Lepsius, que primeiro percorreu o Vale dos Reis em 1845, Auguste Mariette, o grande conservador do patrimônio faraônico, o inglês Flinders Petrie, mediador da Grande Pirâmide, e Howard Carter, a quem se deve a descoberta do tesouro de Tutancâmosn. Mas um tipo de pitoresco de aventureiro, o italiano João Batista Belzoni, vinha peslustrando o Vale do Nilo desde o começo do século passado e trouxera a luz inúmeros troféus.





                                                                   Pedra de Roseta

As Grandes Civilizações do Passado

                    “As civilizações antigas ainda estão vivas no nosso         
                 modo de ser e de viver; e tem muito a mostrar e a dizer.”
                                                              John H. Clarke -Grandes Civilizações

                                                                                                  (1915)        

  Os grandes feitos das civilizações passadas refletem em nosso presente de maneira muito forte. A escrita, arquitetura, escultura e muito mais deram seus primeiros passos com os egípcios, cretenses, romanos e outras civilizações. Um legado cultural impressionante, uma história marcada pela superação de desafios e muita criatividade.
 

domingo, 24 de outubro de 2010

O legado da escrita

 O homem primitivo falava com dificuldades, mas não escrevia e nem pensava em tão difícil tarefa. Falava uma linguagem primitiva, rudimentar e podia, com o auxilio de gestos, formular pensamentos e intenções mais ou menos inteligíveis pelos seus iguais e mais ou menos perfeitos para a época e para seu cérebro pouco desenvolvido.
 Mas tarde, tendo aumentado o cabedal de vocábulos e de raciocínios e tendo desenvolvido e aperfeiçoado a articulação, precisando-lhes o sentido e a significação, conseguiu transmitir uma série de pensamentos, idéias e fatos.  Foi esse o período da tradição oral, por meio do qual, usos e costumes, crenças e rituais passaram de geração para geração em cadeia ininterrupta.
 Porém, a linguagem oral não permitia maior segurança e imparcialidade na transmissão das mensagens, dos acontecimentos. Os ensinamentos se perdiam com o passar do tempo, por isso havia necessidade de “materializar” a palavra por meio de artifícios e instrumentos novos.
 Um grande compasso de espera persistiu entre a fase da tradição oral e a ousada tarefa de fixar o pensamento por meio de uma escrita. Somente quando o homem aprendeu a segurar objetos menores entre os dedos e tendo maior destreza no manejo de pequenos instrumentos, começou a fixar, no interior das grutas e nos troncos das árvores, esboços de uma futura escrita. Nessa fase da escrita, um desenho, um sinal ou um grupo de sinais prestavam-se para sugerir frases inteiras ou idéias completas, constituindo-se naquilo a que os alemães denominam de Ideenschrift ou escrita das idéias e que os epigrafistas chamam de escrita ideográfica.
 Assim é que o desenho de três sóis sobre o barco, dirigido por um homem, sugeria a idéia de uma viagem de três dias. Outros desenhos representavam uma caçada ou uma luta entre inimigos.
 Além da escrita o homem primitivo nos deixou de herança muitas outras coisas, como: os utensílios, o manuseio do fogo, da caça de animais, pesca e muito mais.




Referência Bibliográfica 


PERICOT, Luis e MARTIN, Ricardo. A pré-história. 1. ed. Tradução Felipe Rosas e Irineu Garcia. Rio de janeiro: Salvat, 1979.

STRICKLAND, Carol. Arte Comentada: da pré-história ao pós-modernismo. 1. ed. Tradução Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

GAIARSA, Otaviano. Atlas da Epigrafia. 2. ed. Santo André: Public, 1998.

Referência Bibliográfica de todas as postagens do dia 24 de Outubro.

A arte pré-histórica

 É no Paleolítico Superior que o homem produz uma verdadeira explosão artística e deixa amostra para o mundo seu magnífico trabalho. 
 A escultura se destaca desde o primeiro momento e há de ser sua fase mais ativa. Supõe-se que esta atividade teve sua origem na observação de pedras, troncos ou outros objetos que por acaso se assemelhavam a figuras de animais a que o homem pré-histórico, pela sua atividade de caçador, estava acostumado. Aparecia, assim, o primeiro artista. O caminho para chegar ao autentico artista criador de objetos mediante a talha de ossos, madeira ou a própria pedra, não teria sido demasiado difícil para seres inteligentes como aqueles. Talvez este processo tenha acontecido em um dado momento durante o período Musteriense. Se não ocorreu assim, então a arte dispôs de uns 30 000 anos para sua evolução e difusão.
 A arte rupestre surgiu no primeiro momento de formas bem simples somente depois de dominarem as técnicas é que os homens primitivos começaram a desenhar e pintar animais. As pinturas de bisões, veados, cavalos, bois, mamutes e javalis se situavam nos recessos das cavernas, longe das superfícies habitadas e da luz do sol. Os arqueólogos especulam que os artistas criavam as figuras para garantir uma boa caça. Muitos animais apareciam trespassados por flechas, e furos nas paredes indicam que os habitantes das cavernas atiravam lanças nos animais desenhados.
 No período do Neolítico as pessoas passam a ser representadas em sua vida cotidiana e assim neste momento surge a idéia de movimento através da imagem fixa, ocorre à invenção da cerâmica e as esculturas em metal. Surge também a escrita pictográfica que consiste em representar seres e idéias pelo desenho, um grande passo para a escrita.

O homem primitivo e suas capacidades

 Basta observar tudo o que temos hoje para notar que nada seria possível sem as descobertas do homem primitivo. Sem dominar a escrita e a fala, por muito tempo, ele foi capaz de sobreviver em meio à natureza.
 A necessidade de realizar diversas tarefas como: cortar, perfurar raspar, polir, etc exigia para o homem das cavernas a criação de utensílios que foram ficando cada vez mais complicados. O processo de caça e pesca também foram se desenvolvendo, no período do Paleolítico Superior o homem já dispõe de flechas com extremidades com pequenas asas e pedúnculos aptas para serem disparadas por arco, inventa-se o anzol, e o arpão aparece junto com o uso de um propulsor. O fogo que primeiramente era por eles conservado vinha de raios e incêndios, mas uma grande conquista foi alcançada no Paleolítico, quando o homem descobre que através da fricção de duas superfícies de madeira, ou mediante a percussão do sílex ou pederneira com ferros meteóricos ou pirites ele poderia produzir o fogo.
 No período Neolítico admitirá existência do trabalho na pedra, mas também avanços tecnológicos em outros domínios, sobretudo na cerâmica. Acontece um grande passo na arquitetura, pois surge uma colossal arquitetura de enormes pedras erguidas em três formas básicas: o dólmen, menir e o arranjo circular das pedras, como em stonehenge.
 A partir destas datas, os estudiosos irão aumentando ou matizando a gama de atividades que a diferencia da etapa anterior: o pastoreio e a agricultura; o sedentarismo que estas impõe ou facilitam; o desenvolver das crenças espirituais, quer em relação com os próprios indivíduos, quer com a necessária fertilidade dos campos e gado; a domesticação de animais, etc, até somar um tal número de avanços e conquistas que parece justificar-se a definição de “revolução neolítica” dada por Gordon Childe.
  Foi assim, aos poucos, que o homem foi se desenvolvendo e junto veio à necessidade de registrar o que ele via e fazia.     

O Homem da Caverna

 “ O princípio material e o contexto espiritual da existência moderna são resultado dos acontecimentos e descobertas do passado.”                                                                           
                              V. Gordon Childe
                                       (1949)

 Há mais de 500.000 anos a.C o homem vem se desenvolvendo e mostrando o quanto é capaz de superar dificuldades. Os primeiros passos do homem primitivo foram sem duvidas um dos mais importantes de toda a humanidade, pois foram eles que aprenderam a dominar e transformar o meio natural. Foi ele também que sem imaginar começou o que chamamos de arte.