sábado, 6 de novembro de 2010

O legado cultural egípcio

  Por volta de 3.200 anos a.C, às margens do Nilo, surge a grande civilização Egípcia, marcada pelas suas grandes obras arquitetônicas, o poder dos faraós e suas pinturas. Uma sociedade que tinha obsessão pela imortalidade, queriam garantir uma vida após a morte confortável para seus soberanos, que eram considerados deuses. A colossal arquitetura e as obras-de-arte existiam para cercar o espírito do faraó de glória eterna. Os egípcios definiram o essencial para uma grande civilização: literatura, ciências médicas e alta matemática. Sem dúvida alguma o legado cultural egípcio nos impressiona.
 O legado arquitetônico Egípcio se define nos monumentos funerários e religiosos. Suas características principais são: dimensões grandiosas, simplicidade das formas, aspecto maciço e pesado, sistema construtivo estático de peso e sustentação, predominância das superfícies sobre os vazios e a policromia.
 Os monumentos funerários eram: mastabas, pirâmides e os hipogeus, eles tinham muita importância para eles, pois após a morte naquele local escolhido para a tal grandiosa construção moraria o espírito do faraó.  Mastabas eram túmulos de base retangular e forma trapezoidal, originalmente de tijolos e, mas tarde, de blocos de pedra. Compunha-se de capela, local do culto e das oferendas. As pirâmides representam os mais belos monumentos funerários da quarta dinastia, umas das maiores foram as dos faraós: Queops, Quefrem e Miquerinos, respectivamente com 148, 126 e 60 metros de altura.
 Os arquitetos egípcios criaram também quatro tipos de colunas: a protodórica, a lotiforme, a campaniforme e a hatórica.
 Os Egípcios foram grandes arquitetos, pois a construção das pirâmides exigia complexa ciência de mecânica e arquitetura.
    Na antiguidade oriental, os egípcios foram os maiores estatuários, primando na técnica, no domínio do material e no poder expressivo. Mostram-se excelentes com os materiais mais resistentes com: o granito, o basalto, a diorita, como os mais brandos, os calcários macios e a madeira. Não se devem esquecer o vidro e a moldagem em barro, sobretudo figurinhas de cerâmica, cheias de realismo, abundantes entre os utensílios e objetos funerários.
  Os egípcios foram excelentes no baixo-relevo, como demonstra O Escriba Sentado, e no desenho de incisão com que cobriam as superfícies das paredes e colunas dos templos. O primeiro tinha a finalidade de oferecer ao morto uma imagem, um substituto de todas as ações que lhe eram usuais: caça, pesca, trabalho, festas e cenas do cotidiano.
  As estátuas de enormes dimensões são comuns. Os colossos de Ramsés II, em Abu Simbel, impressionam pelo tamanho. Manifestam a impassibilidade, a serenidade, que é a marca de uma alma superior, o hieratismo, que indica a condição sagrada e todos os gestos estereotipados.
  Na época de Aknaton, faraó de 18a dinastia, a escultura adquiriu acentuado caráter naturalista. Este faraó empreendeu uma profunda reforma social e religiosa que teve reflexos nas artes, contrariando convenções religiosas milenarmente estabelecidas. A escultura passa a ter vida e liberdade. 
  Os pintores egípcios utilizavam a técnica do afresco. Obedeciam a Lei da Frontalidade, onde as figuras se apresentavam distorcidas. No rosto de perfil, o olho está de frente. O tórax é visto de frente, enquanto as pernas e os pés estão de perfil. A imagem dos deuses, dos reis e governantes, dos poderosos em suma, exigia o máximo de reverência da pessoa que a contempla.
  Os egípcios não usavam a perspectiva cientifica, eles não representavam o espaço apenas sugeriam. Eles usavam um processo também adotado por outros povos antigos: superpunham as figuras ou cenas em faixa horizontais. Na pintura há a ausência do claro-escuro, ou seja, as gradações entre luz e sombra para ilusão de volume.
No Antigo Império, os pintores eram simples na composição, sintéticos no desenho e sóbrios; no colorido. Usavam tonalidades particularmente sombrias e graves. Comunicam-nos sentimentos de estabilidade. Nesta época, surgem relevos pintados.
  No médio Império e, principalmente, no Novo Império, insinuam-se intenções decorativas e de elegância ornamental, que atingem finalmente certo preciosismo luxuoso. Os artistas passam a usar a técnica do pontilhismo, como bem exemplifica o sarcófago de Necket, ora em Boston. A parecem papiros e em estelas. Gradativamente, a pintura se emancipa do relevo, cercando-se de valores próprios. Já existe uma preocupação com a forma e interpretação pessoal.
  Os artesãos egípcios foram muito criativos no que se tange às artes decorativas. Criaram, por exemplo, todos os tipos de móveis conhecidos, elegantes e confortáveis. Trabalhavam caprichosamente a madeira, com incrustações de marfim, metal ou pinturas laqueadas, como se observa nos utensílios e peças funerárias retiradas dos túmulos, hoje nos principais museus europeus.
  As jóias, braceletes, pulseiras, colares, peitorais e anéis feitos de materiais semipreciosos, pedras e ouro, distinguem-se pela delicadeza, gosto e originalidade. As máscaras de ouro com que recobriam a face das múmias reais mostram a técnica que atingiram.
  Inventaram o esmalte, segundo vários autores, o vidro, sem contar o azulejo. O busto do faraó Tatunkamon, descoberto por Carter, em 1922, notabiliza-se pela execução em vidro e pelos valores expressivos.
   Essa foi a grande civilização Egípcia, marcada pelo imenso poder sacerdotal, que chegava até mesmo a monopolizar a cultura e a arte, ambas a serviços da religião.

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