domingo, 24 de outubro de 2010

O legado da escrita

 O homem primitivo falava com dificuldades, mas não escrevia e nem pensava em tão difícil tarefa. Falava uma linguagem primitiva, rudimentar e podia, com o auxilio de gestos, formular pensamentos e intenções mais ou menos inteligíveis pelos seus iguais e mais ou menos perfeitos para a época e para seu cérebro pouco desenvolvido.
 Mas tarde, tendo aumentado o cabedal de vocábulos e de raciocínios e tendo desenvolvido e aperfeiçoado a articulação, precisando-lhes o sentido e a significação, conseguiu transmitir uma série de pensamentos, idéias e fatos.  Foi esse o período da tradição oral, por meio do qual, usos e costumes, crenças e rituais passaram de geração para geração em cadeia ininterrupta.
 Porém, a linguagem oral não permitia maior segurança e imparcialidade na transmissão das mensagens, dos acontecimentos. Os ensinamentos se perdiam com o passar do tempo, por isso havia necessidade de “materializar” a palavra por meio de artifícios e instrumentos novos.
 Um grande compasso de espera persistiu entre a fase da tradição oral e a ousada tarefa de fixar o pensamento por meio de uma escrita. Somente quando o homem aprendeu a segurar objetos menores entre os dedos e tendo maior destreza no manejo de pequenos instrumentos, começou a fixar, no interior das grutas e nos troncos das árvores, esboços de uma futura escrita. Nessa fase da escrita, um desenho, um sinal ou um grupo de sinais prestavam-se para sugerir frases inteiras ou idéias completas, constituindo-se naquilo a que os alemães denominam de Ideenschrift ou escrita das idéias e que os epigrafistas chamam de escrita ideográfica.
 Assim é que o desenho de três sóis sobre o barco, dirigido por um homem, sugeria a idéia de uma viagem de três dias. Outros desenhos representavam uma caçada ou uma luta entre inimigos.
 Além da escrita o homem primitivo nos deixou de herança muitas outras coisas, como: os utensílios, o manuseio do fogo, da caça de animais, pesca e muito mais.




Referência Bibliográfica 


PERICOT, Luis e MARTIN, Ricardo. A pré-história. 1. ed. Tradução Felipe Rosas e Irineu Garcia. Rio de janeiro: Salvat, 1979.

STRICKLAND, Carol. Arte Comentada: da pré-história ao pós-modernismo. 1. ed. Tradução Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

GAIARSA, Otaviano. Atlas da Epigrafia. 2. ed. Santo André: Public, 1998.

Referência Bibliográfica de todas as postagens do dia 24 de Outubro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário