sábado, 24 de setembro de 2011

Falando da obra... Romeu e Julieta

                                            Romeu e Julieta
PRIMEIRO ATO

 A peça começa com uma briga em praça pública entre os “Montecchio” e os “Capuleto”. Ela só acaba quando o príncipe chega e ameaça de morte quem não parar de brigar.

Entram em cena Romeu e Benvólio. Os dois são amigos e Romeu começa a dizer que está apaixonado, Benvólio pergunta por quem e Romeu diz por Rosalina, mas essa sua bela amada jurou castidade. Benvólio aconselha o amigo a esquecê-la e procurar outra beleza, porém Romeu não acredita nessa possibilidade.

 Em uma rua, encontram-se Capuleto e Páris. Os dois começam a conversar e Páris pergunta sobre o pedido de casamento que fez para sua filha e Capuleto responde que vai preparar uma festa de máscaras para que ele conheça sua filha que mostra ter mais de quatorze anos de idade. Ele entrega a lista de convidados para o criado e sai. O criado, porém, não sabe ler e sai desesperado atrás de alguém para ajudá-lo. Então, encontra Romeu sem saber que é um dos “Montecchio”, pede ajuda para ler os nomes da lista e em seguida o convida para ir também. Romeu vê o nome de sua formosa Rosalina na lista e decide ir escondido à festa.

 Em um quarto da casa de Capuleto, conversam Sr. Capuleto, a ama e Julieta. Sua mãe pede para que Julieta observe Páris na festa. Ela diz ser um bom rapaz para casar-se, então Julieta diz que vai prender nele seus olhares e que sua vista não chegará onde sua mãe não consentir.

 Romeu entra na festa e Tebaldo fica furioso ao vê-lo, querendo brigar com o rapaz, porém Capuleto não permite que ele estrague a felicidade dos seus convidados. Tebaldo jura vingança ao seu inimigo. Romeu encontra-se com Julieta pela primeira vez e esquece Rosalina. Os dois se apaixonam a primeira vista, sem saber que são de famílias inimigas. Ao acabar a festa, os dois descobrem que são “Montecchio” e “Capuleto” e ficam perturbados.


SEGUNDO ATO


 Romeu foge de Benvólio e Mercúcio, escala o muro e salta para o Jardim de Capuleto. Ele se encontra com Julieta e passa a noite conversando sobre o amor que estão sentindo um ao outro. Ao terminar a noite, Romeu sai em desespero à procura de Frei Lourenço para ajuda-lo em seu romance. Frei Lourenço fica assustado, pois a pouco Romeu falava em Rosalina, e agora fala em Julieta. Ele quer se casar logo com sua amada. Então, com a ajuda da ama de Julieta, os dois se encontram na sela de Frei Lourenço e casam-se às escondidas da família.

 Em uma praça pública de Verona, encontram-se Benvólio, Mercúcio, Tebaldo e Romeu. Tebaldo e Mercúcio começam a brigar e o último acaba ferido, morrendo logo em seguida. Romeu fica furioso e também fere Tebaldo que morre. Ele acaba sendo julgado pelo príncipe como culpado e é banido. Frei Lourenço esconde o jovem em sua casa e Romeu comenta que prefere a morte de que o exílio.

 Romeu e Julieta se encontram e se despedem como se fosse a última vez em que se vêem. A bela diz que o rosto de seu amado parece dentro de um sepulcro. Os dois parecem prever algo de ruim. Romeu se despede de Julieta e foge novamente.

 Julieta e Sr. Capuleto conversam sobre o casório, mas Julieta se mostra totalmente contra, pois secretamente está casada com Romeu e o ama muito. Mas o casamento com Páris já está marcado e o seu pai furioso, não admite que ela volte atrás. Ela, desesperada procura o Frei, e então planeja algo que pode livrá-la do casamento. Ele oferece para Julieta um remédio que fará com que ela aparente morta no dia do seu casamento.

 Na noite anterior ao casamento, todos estão se preparando. Julieta mostra-se feliz diante de seus pais, porém ela passa a noite sozinha no quarto. No entanto, apreensiva, pensativa e com receio, ou de acordar antes que Romeu chegue, ou morrer como o seu primo Tebaldo. Contudo, depois de pensar muito, acaba tomando o remédio.

 Chega o dia do casamento. Os convidados começam a chegar à casa dos “Capuleto”. A ama corre para o quarto de Julieta para acordá-la, porém ela não acorda, sua aparência é de morta e a festa que era para ser um momento de felicidade, vira um cenário fúnebre.

 Frei Lourenço manda uma carta a Romeu para avisá-lo que Julieta está o esperando no túmulo dos “Capuleto”, mas Baltasar chega primeiro do que a carta enviada e Romeu é informado de que Julieta está morta. Perdido em seus pensamentos, ele procura um boticário e encomenda um veneno, corre para o túmulo e vê sua amada “morta”. Romeu a aprecia e toma o veneno ao lado de Julieta e morre. Ao acabar de morrer, Julieta desperta e vê que Romeu acabara de morrer, fica atordoada e pega seu punhal crava em seu peito.

 A história acaba com as duas famílias reunidas em torno dos dois jovens. Frei Lourenço explica o ocorrido e diz que foi preciso acontecer essa tragédia para que as famílias vissem o preço do orgulho e do ódio.

Características dos Personagens
Romeu: Homem gentil, rapaz virtuoso e muito polido. Tem um rosto bonito, suas pernas levam vantagem sobre a de todos os homens. Quanto às mãos, pés e o corpo, muito embora nada se tenha a dizer, estão acima de qualquer confronto. Não é flor da cortesia, mas é rapaz manso como cordeiro.
Julieta: Quatorze anos incompletos, é filha única. Senhora gentil, bela menina, doce.

Ama de Julieta: Mulher velha, faladeira, agitada e coxa. Boa ama.
Tebaldo: Fedelho, furioso, valente.
Frei Lourenço: Conselheiro, homem santo, confessor. Monge, padre.
Conflito da obra
 O conflito da peça gira em torno das famílias “Montecchio” e “Capuleto”, elas declaram-se inimigas há anos, mas não é falado durante a peça o motivo de tal inimizade. A história muda quando Julieta e Romeu se apaixonam, o que era ódio mortal vira amor profundo, por conta disso surge outro conflito, os jovens não conseguem ficar juntos e acabam morrendo.  

Conclusão
 Romeu e Julieta, uma história clássica que sempre teve destaque por sua qualidade. É sem dúvida uma das maiores tragédias da história do teatro. A peça prende a atenção em todos os momentos, tem uma linguagem que, em minha opinião, não é muito complicada e utiliza rimas. Pode facilmente ser transportada para outras épocas, como tenho visto em muitos outros trabalhos.





 

domingo, 11 de setembro de 2011

Falando da obra...

 “A Mona Lisa de bigodes", de Marcel Duchamp
 Leonardo da Vinci foi um dos grandes mestres do Renascimento, sua genialidade é inexplicável, pois não dominava somente as artes, mas também muitas outras áreas. Muitos artistas utilizaram-se de "La Gioconda", um grande exemplo foi A Mona Lisa de bigodes" de Marcel Duchamp (1887-1968), dadaísmo.  Ele Pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional.

sábado, 6 de novembro de 2010

A arte Romana

 Roma tornou-se o centro das atividades culturais na àrea mediterrânea a partir da Terceira Guerra Púnica (146 a.C ) e assim permaneceu até o século IV d.C. Ao mesmo tempo que chegavam a Roma idéias estrangeiras, através de seus exércitos e suas relações comerciais, as influências nativas, ompreendendo o período republicano e o apogeu de seua vasto império, propagaram-se por toda a Europa até os confins do mundo conhecido. Apesar do uso e da adoção de certos elementos gregos a arte romana cria novos fatores artísticos, muito mais progressvos  que os da arte grega, de cunho muito mais agressivos que os da arte grega, de cunho conservador.

Arquitetura

Tornou-se viavel a construção de grandes edificios, em vista da evolução de outros métodos  de engenharia ( o uso do arco pleno, da abóbada e do domo) e novos materiais, como o concreto. Das civilizações antigas a romana foi a única a desenvlver arquitetura civil monumental, incentivando projetos de engenharia em larga escala, como estradas pavimentadas, pontes, aquedutos, túneis cloacas e canalizações.
Nas construções civis aparecem Arcos-de-triunfo, colunas comemorativas, termas (as de Caracala, basílicas, anfiteatros (o Colliseu), mercados, foros, circos, estádios, palácios ( o do imperador Diocleciano em Espolatro, na Dalmácia), as casas e lojas de Pompéia e altos edifícios de moradia ( como os de Óstia) ainda hoje existem.
 Para os romanos os templos eram, relativamente, sem impotância; exclua-se o Panteon, edificio abobadado com cúpula e alguns poucos templos circulares como o de Vasta em Tivoli. Esses templos tiveram influências do período helenistico, na Grecia. Os templos longitudinais eram também de origem grega, porém modificados de forma a tender a certas tradições arquitetônicas etrusca, tais como o emprego do pódio. Também eram usados esquemas estruturais romanos, assim como dada preferência às ordens gregas em suas formas puramente decorativas (combinando-se a voluta jônica com as folhas de acanto do capitel coríntio, para a formação da ordem compósita) e estrita frontalidade de desenho, em vista da localização urbana dos templos.

Escultura

Em razão da preferência dos patrnos da arte para colecionar e importar originais gregos e o aproveitamento de seus artistas na decoração das casas e edifícios públicos romanos, muitas esculturas tinham o cunho da maneira helenística, ornamentada, como se nota no Touro Farnese e no grupo do Laocoonte. Contudo, nem todas as obras dos esculturos romanos devem ser consideradas cópiassevis das gregas. Definidas características romanas são patentes na evolução da tradição retratista, da qual foram mestres, e na apresentação narrativa e intencionalmente histórica e comemorativa dos baixos-relevos decorativos do Arco de Tito, relatando a campanha na Judéia. As colunas Trajana e Antonima de Marco Aurélio, em suas bandas espiraladas em baixo-relevo, contam os heróicos feitos dos chefes militares romanos nas campanhas do Norte. Essa tradição narativa prosseguiu e influienciou o desenvolvimento da iconografia cristã dos estilos medievais. A tendência ao realismo dos retratos romanos pode derivar de uma tradição antiga, o Ius Imaginum, que vedava a representação dos homens da classe plebéia; assim sendo, era essencial uma parença indiscutível com os patrícios.

Pintura

 As artes pictóricas refletem, mais que qualquer outra, a atitude peculiar dos romanos em face da arte e seu gosto para o classíco. Como as demais artes dos últimos tempos helenísticos, a pintura romana era altamente eclética pouco bustava inspiração dos gregos, egípcios e etruscos.  Mas os romanos desenvolveram o sentido atmosférico do espaço no tratamento do estilo ilusionista, muito empregado nas pinturas murais de Pompéia em contraste com o fundo bidimencional e desinteressante dos helenos. A escolha de temas civis também é tìpicamente romana. A tradição do realismo nos retratos esculturais dos sarcófagos das múmias do Faium é evidente. O afrêsco das Bodas Aldobrandinas e certas iluminuras, como a do Virgílio do Vaticano, observam as mesmas convenções espaciais sas pimturas murais.
   


Referencia bibliográfica


STRICKLAND, Carol. Arte Comentada: da pré-história ao pós-modernismo. 1. ed. Tradução Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

ANNE, Jean. História da Arte: A pintora, a escultura e a arquitetura no mundo ocidental. 1. ed. Tradução Regina Monteiro Real. Rio de janeiro: Letras e artes, 1968.

BATTISTONI, Duílio. Pequena História da Arte. 1. ed. Campinas: Papirus, 1984.





O primor da arte grega

  A cultura grega foi o ponto de partida para boa parte da cultura do mundo ocidental atual. As atribuições deixadas por eles estão presentes na arte, nas escolas de todos os níveis e até mesmo nas palavras, que usamos.
 Os historiadores costumam dividir a história grega em três períodos: o arcaico, que abrange os séculos XII a VII a.C., o clássico, os séculos VI e IV a.C. e o helênico, que vai desde a morte de Alexandre (323 a.C. até a instituição do Império Romano, 30 a.C.).
Arquitetura

  No período clássico, encontramos os três estilos de arquitetura grega: o dórico, o jônico e o corintio. São facilmente reconhecíveis pelo capitel e proporções da coluna.
 A Coluna dórica é mais antiga, bastante usada pelos arcaicos: Tem um capitel muito simples, verdadeira peça quadrangular sobre suporte circular e convexo, posta entre o fuste da coluna e a estrutura do teto.
  A coluna jônica distingui-se por duas graciosas volutas no capitel e a base que se compõe de dois toros, anéis de perfil convexo, separados por um elemento de perfil côncavo, denominado escóia. É mais elegante que a dórica, pois sua altura tem geralmente oito vezes o diâmetro da base e o fuste apresenta caneluras mais estreitas e profundas do que as dóricas. No capitel jônico, além das volutas, existem diversos pequenos elementos decorativos.
 A coluna coríntia tem no capitel folhas de acanto caprichosamente estilizada. Nos demais elementos, conserva as linhas gerais da jônica, adquirindo, porém, mais acentuado decorativo, que dá maior suntuosidade e luxo. Foi a coluna preferida na última fase de evolução da arte grega, a helenística, notabilizada justamente pelo monumentalismo e suntuosidade.
 A arquitetura grega é estática, isto é, baseada no princípio construtivo de peso e sustentação e dominada pelo horizontalismo. O maior exemplo da arquitetura grega é o templo. Este possuía uma planta retangular muito simples. Compunha-se de pronaos, espécie de vestíbulo ou entrada; da naos, a nave central e principal do recinto; da cela, situada na naos, onde se erguia a estátua da divindade; nos fundos, separado da naos por uma parede, o epistódomos, depósito para a guarda de ex-votos, relíquias e tesouros.
 Os templos são classificados pelo estilos das colunas. Assim, o templo dórico apresenta na parte superior de sua fachada, uma forma triangular, chamada frontão, resultante da inclinação do telhado, para melhor caimento das águas. Uma espécie de moldura que corre pelo frontão, denomina-se cornija, enquanto que a superfície interna do frontão, geralmente decorada de baixos-relevos, chama-se tímpano.
 O momento típico da arquitetura clássica grega é o Partenon, construído durante o governo de Péricles, na Acrópole, colina rochosa situada no centro de Atenas. Este templo dórico majestoso foi levantado para se comemorar a vitória dos gregos sobre os persas.
 O projeto arquitetônico coube a Ictinus e Callicrates, dois arquitetos jônicos da Ásia Menos, enquanto as decorações escultóricas foram em parte executadas por Fídias.
 Outros monumentos, igualmente representativos da arquitetura clássica, foram construídos no alto da Acrópole. São os Propileus, o templo de Atenea Niké e o Erecteion.
 A arquitetura, no período helênico, adquire caráter de suntuosidade e monumentalidade, inexistente no classicismo. Surgem escadarias, altares e pórticos majestosos.
 O altar de Zeus, famoso pelo seu friso esculturado é um grande monumento helenístico, ele se encontra hoje no Museu de Berlim. Outro monumento importante hoje desaparecido foi o Mouseion, de Alexandria, casa de saber ou universidade.

Escultura e Pintura

No período arcaico, podemos considerar como origens da plástica grega, os pequenos bronzes geométricos e as primeiras estatuetas de marfim e terracota denominadas “dedálicas” do século VIII a.C.
 Segundo Homero, o primeiro escultor, o inventor da estatuária foi Dédalo. Diz a tradução que ele foi o construtor em Cnossos de um local de dança e artífice do famoso labirinto para Minos de Creta.
 As primeiras estátuas, nesta fase, são de divindades ainda esquematizadas chamadas Xoanas, feiras de madeira e recobertas de metal. Surgem, pouco depois, as estátuas de Kouros, atletas nuas, e das Kores, jovens vestidas, ambas dotadas de maior realismo e verdade anatômica, com as quais, na realidade, se inaugura a estatuária grega. Estas estátuas, apesar da inexpressividade da face, apresentam um sorriso característico, leve franzir de lábios, que se convencionou chamar sorriso arcaico. Os tipos masculinos eram retratos idealizados de efebos vencedores das competições esportivas que possuíam caráter religioso. Desses Kouros e Kores sairá a estátua clássica.
 No período clássico, notadamente em Atenas, as obras apresentam um equilíbrio, organização e sensibilidade pelos problemas estruturais e delicadeza da modelação. Os Kouros têm olhos suaves, serenidade, conciliando o belo e o verdadeiro. O maior representante desta fase é Fídias, criador de tipos de beleza humana ideal, calma, quase abstrata. Entre as suas obras principais estão: as decorações do Partenon, a estátua de Zeus em Olímpia e uma cabeça de Artemisa.
 Policleto é o segundo escultor do classicismo. Ele estabeleceu a transição entre o arcaísmo rígido e o realismo do classicismo. Seu trabalho mais importante é o Doríforo, atleta que porta um lança.
 Miron é o terceiro grande escultor do século V. Sua obra principal, o Discóbulo, ou lançador de disco, rompe de modo absoluto e audacioso com a rigidez e frontalismo da escultura arcaica e introduz de forma revolucionária o movimento.
 No helenismo, a escultura adquire caráter realista, sobretudo nos retratos, e vivo sentimento dramático. Aparecem nas esculturas temas até então restritos à pintura como: nuvens, água, animais, paisagens. Também há sensualismo e erotismo. São comuns as representações de ninfas, nereidas, assim como de velhos, copos deformados e sobretudo crianças, além de tipos populares e éticos, reflexos de cosmopolitismo das grandes, ricas e movimentadas capitais helenísticas. Nos grupos escultóricos predomina a movimentação das formas em composição complicadas e teatrais, com pronunciado gosto da alegoria, que tende ao cenográfico e dramático.
 A escultura helenística pode ser representada por três obras: a Vitória de Samotrácia, o grupo do Laocoonte e a Vênus de Milo.
 As primeiras manifestações da pintura grega estão contidas nos vasos de cerâmica, como uma forte decoração linear ou de figuras geometrizadas. Não restaram obras originais da pintura grega nos períodos arcaico e clássico. Para estudá-la, então, é preciso buscar fontes indiretas, entre as quais estão, em primeiro lugar, as decorações dos vasos. A segunda fonte de informações  indiretos está nos afrescos e mosaicos romanos.
 O fato de maior importância, no entanto, entre a fase arcaica e o século V, no classicismo, é o progressivo desaparecimento da pintura mural. Aos poucos vai surgir a pintura de cavalete, que começa gradativamente a ser comercializada.  Os pintores abandonam os símbolos e temas mitológicos e passam a se preocupar com as alegorias literárias e de sentimento mais aristocrático. Também realizam certas conquistas ba representação ou imitação de regras da perspectiva e de volume, através do claro-escuro. Os maiores pintores do classicismo foram Zeuxis, cuja habilidade nas sombras do colorido fizeram dele o mais famoso entre os atenienses; e Apeles, entre as suas obras mais famosas destacam-se: Afrodite e Calúnia.    
 A pintura helenística é voltada para a natureza e a realidade ambiental. Dentre os pintores, destaca-se Timônacos de Bizâncio.

O legado cultural de Micenas

  A arte micênica, como a minoana, tinha peculiaridades inerentes à cultura mediterrânea, mais com características rudes e bárbaras, ao contrário da graciosa e alegre arte minoana. Floresceu relativamente em pequeno espaço de tempo (1400 a 1200 a.C), no final da supremacia cultual minoana e, como esta, aparentemente sem caracteres religiosos mas com elementos tirados do Oriente Próximo. Os seus artífices imitaram a técnica e a perícia dos minoanos no tratamento do metal e do barro, mais evidenciaram originalidade no campo arquitetônico. Desenvolveram o tipo de edifício monumental com abóbada, baseado em disposições diversas; pensaram nos meios defensivos e preocuparam-se com a eficácia de bons materiais.
  Apesar da tradicional lenda de que havia antigo e estreito intercâmbio entre o continente grego e a talassocracia ou reinado dos mares que então dominava o Mediterrâneo, a arquitetura de Micenas difere bastante da de Creta. Tirunto e Micenas, centros da confederação egeana e moradia de Agamenon, não eram cidades, mas fortes em montanhas. A necessidade de proteção e o uso da pedra levaram ao seu sistema de construção em abóbada com lajes superpostas, não baseada no arco de chave, mas no travejamento de sustentação lateral de um dos membros horizontais. Construíram com grandes blocos poligonais, cujas juntas eram preenchidas com argamassa de barro e pequenas pedras. Apresentavam tal grandeza que os gregos, ao verem, mais tarde, essas construções, julgaram que os construtores micênicos fossem os Ciclopes – raça de gigantes -, capazes de transportar tanto peso. Na arte micênica , como na minoana, há ausência de templos, mas foram extraordinários na importância dada aos túmulos de seus reis guerreiros. 
 As cidades de Micenas e Tirinto eram residências reais e sedes administrativas. As vastas fortificações de espessas muralhas com algumas passagens abobadadas findavam e eram guardadas em Micenas pela grande Porta das leoas. A de Tirinto está melhor preservada. Solidamente fortificada, com apenas uma entrada, foi toda feita em planos horizontais, com acesso por meio de longas rampas inclinadas.
  Havia dos tipos de túmulo: um em forma de poço, possivelmente o primitivo, e mais tarde outros escavados nos morros em declive e reforçados Poe abóbada de pedra. Esta segunda forma assemelhava-se à colméia (tholos, plural tholoi), quando em corte seccionado, independente da circunstância de a maior parte da construção ser subterrânea. O Tesouro de Atreu em Micenas é o melhor exemplo de tholos.
 Na escultura arquitetural o único autêntico exemplo monumental é a Porta das Leoas em Miceanas, mas inteiramente alheia ao estilo das pequenas esculturas, do mesmo tema, na arte minoana.
 A técnica do afresco era adotada nas decorações micênicas, como se pode ver na pintura, em Tirinto, da mulher carregando um escrínio de oferendas. Como na minoana, aqui prevalece o mesmo estilo de decoração naturalista, colorida e decorativa. 
  O requinte de uma corte guerreira bárbara é revelado na grande quantidade de objetos em ouro, prata, cobre e bronze, descobertos pelos modernos arqueólogos. Há muitas armas, como o punhal de bronze com incrustações de marfim, mostrando a movimentada caçada ao leão, gradualmente diminuindo para a ponta da arma; máscaras para heróis mortos moldadas a ouro com desenhos em espiga nas sobrancelhas; delicados serviços de mesa em ouro, inspirados na Taça Váfio minoana (encontrada na Lacônia, Grécia, mas de evidente manufatura minoana); jóias, geralmente com decorações geométricas e cenas de caçada e de guerra.

O legado cultural da civilização Minoana

  Libertada de restrições hieráticas que eram impostas pela classe dominante dos sacerdotes nas demais culturas orientais contemporâneas, a arte minoana apresenta, de preferência, temas da vida civil. A ausência de templos, túmulos e o sombrio presságio do culto à morte lhe conferem, de maneira geral, certo saber alegre e artificial. A deusa-serpente criselefantina (de marfim e ouro), simbolizando a fertilidade ou a mãe-terra, tem posses semelhantes às dos domadores de serpente em exibições nos circos. Apesar de a sobrevivência dos mitos sugerir uma profunda disposição para sacrifícios de sangue e terror, não há evidência dessa peculiaridade minoana nas artes visuais.
  Surge, na arte dessa região, marcada preferência para temas decorativos com motivos marinhos e florais, peculiares a Creta, como se vê no Vaso deo Polvo. Outro exemplo naturalista está presente no tratamento da paisagem no Mural do Grifo, que decora a sala do trono em Cnossos.
 A identificação dos povoados da ilha de Creta é tão imprecisa como a razão de seu brusco e misterioso desaparecimento pouco antes de 1200 a.C. O mito da bela Europa, mãe de Minos, o tradicional fundador da ilha, levada da Grécia para Creta nas costas de um touro (mistificação de Zeus), indica uma possível origem européia.
A arte minoana demonstra marcada influência da sociedade da classe média, com nenhuma predominância da nobreza ou classe sacerdotal. O individualismo e a liberdade do estilo indicam preferência por temas sociais sem qualquer limitação ou restrição por parte de tradições hieráticas. Os soberanos de Cnossos devem ter tido certo supremacia feudal sobre os demais senhores marítimos de Creta, os quais, possivelmente, não passavam de prósperos mercadores. 
O brusco desaparecimento desta civilização faz supor a ocorrência de grande catástrofe, ou talvez pilhagem de tribos invasoras enquanto dormiam os confiantes minoanos, seguros de sua supremacia marítima.
 A arquitetura minoana empregava uma grande variedade de material, a arquitetura minoana é bastante flexível nas suas formas. O principio de construção era baseado no sistema de travejamento.
O tempo era inexistente, apesar de as salas à volta do pátio central do palácio de Cnossos conterem o símbolo do labrys (machado de duas cabeças), de possível significado religioso, e a sala do trono ter reservatório para banhos lustrais. 
  A arte minoana não adota a escala monumental nem apresenta grandiosidades simbólicas por não se destinar ao culto de deuses, nem testemunhar idéias de uso doméstico atendiam a outras razões artísticas. A vivacidade e a frescura da pintura em paredes eram também reproduzidas na decoração de vasos e na escultura dos confeccionados em pedra.
 A decoração mural não se associava a escultura como no Egito. Sua fatura era a mesma técnica do afresco, isso é, pintura direta sobre reboco fresco, um exemplo é o afresco dos Domadores de Touros do palácio de Cnossos. 
   Não havendo templos para decorar, a escultura arquitetural e as estátuas monumentais passavam a ser dispensáveis. Os materiais com os quais se fizeram estatuetas – bronze, marfim, ouro, cobre, prata, terracota e as criselefantinas – reclamavam mestria apropriada a trabalhos do gênero.
  A cerâmica de Cretra era executada com requinte, pois a argila tanto servia para fabrico da fina loca como para os recipientes rústicos e fortes dos gigantescos vasos de estocagem – os pitos – do palácio de Cnossos. Grande variedade de decoração era regra, nos trabalhos de argila: usavam o vitrificado tanto fosco como brilhante, o acabamento mate, as superfícies decoradas com incisos, desenhos pretos sobre o branco ou branco sobre preto, formas naturalistas, símbolos convencionais e traçados geométricos ou curvos.

Creta

 Creta, a maior das ilhas teve a primazia da cultura mais remota e dominante. A designação- minoana – vem do fundador lendário Minos. Pela sua localização privilegiada, no meio do Mediterrâneo, no extremo ocidental do mundo civilizado, e também por causa da época de seu poderio universal, 2500 a.C, Creta tornou-se o processo catalisador da civilização egípcia e mesopotâmia para a área do mar Egeu, chegando mesmo até a Espanha e atingindo grande raio de ação tanto para o Oriente como para o ocidente. A micênica é uma variante da minoana, com características vinculadas a situações sociais, políticas, econômicas e materiais. O termo vem de Micenas, um dos maiores centros arqueológicos da península grega, provavelmente povoada por um grupo bárbaro vindo do Norte, os aqueus, citados na Ilíada de Homero (tradicional crônica dos tempos heróicos, da história da Grécia).